Nestes 55 anos de história, a nossa Vicunha se expandiu internacionalmente, com unidades fabris em dois importantes países da América Latina: Argentina e Equador. E, para conhecermos mais sobre as nossas operações sul-americanas, trazemos agora uma entrevista especial com Pablo Jedwabny, Diretor Geral da Vicunha Argentina.
Na conversa de cerca de 30 minutos com a nossa área de Comunicação, o executivo contou a história da Vicunha na Argentina e falou como evoluíram localmente. Ele explica que a empresa saiu de uma importadora de fios e tecidos, no início dos anos 1990, passando a ter operações próprias em San Juan. Hoje, com 640 funcionários e uma produção de 2 milhões de metros de tecido, emprega 14 vezes mais do que no início de sua história. E produz 20 vezes mais do que quando começou a manufaturar.
A conversa com o executivo foi muito esclarecedora e gostosa. E mostra como a nossa Vicunha é diversa e cheia de histórias! Leia a entrevista na íntegra e veja o vídeo abaixo, com alguns destaques desse papo pra lá de informativo!
Comunicação Vicunha: Como surgem as operações da Vicunha na Argentina?
Pablo Jedwabny: A Vicunha começou a trabalhar na Argentina com outro nome. Chamava-se Brascom e, depois, passou a se chamar Brastex. Essa atividade começou em 1989… Naquela época, nós éramos um importador atacadista. Trouxemos produtos do Brasil, principalmente fios que vendíamos no mercado local. A partir de 2003, começamos a trazer tecido Denim de Fortaleza. E foi aí que o negócio começou a se desenvolver mais intensamente.
A empresa foi crescendo até se tornar realmente uma grande importadora. E as dificuldades de importação começaram a existir na Argentina… E aí começamos a pensar na possibilidade de ter uma fábrica própria e não depender tanto do negócio de importação. Então, em 2008, começamos a tecer em terceiros, em outros lugares que tinham tecelagem própria.
E como foi essa experiência no início das nossas operações industriais localmente?
O pessoal que tínhamos na Argentina, até então, não tinha experiência industrial, éramos todos vendedores. Foi a partir daí que a gente começou a ter uma experiência de como era fabricar. Finalmente, as operações funcionaram bem entre 2008 e o final de 2010. No final de 2010, compramos a fábrica em San Juan. A planta que compramos era uma indústria de jeans muito pequena. A unidade fabricava apenas 100 mil metros de tecido por mês e tinha 80 funcionários.
“Para você ter uma ideia, a fábrica de San Juan hoje tem 580 funcionários, ou seja, 500 a mais do que antes, e faz 2 milhões de metros, 20 vezes mais do que na época em que a compramos”.
E como é o perfil da nossa produção atualmente?
Ao passo que desenvolvemos a nossa produção, a quantidade de produto importado diminuiu. Então, o perfil do negócio começou a mudar. Atualmente, 80 ou 90% do que vendemos é produto fabricado em nossa fábrica de San Juan. E, para você ter uma ideia do quadro de funcionários que tínhamos na Vicunha Argentina, antes de iniciar o projeto industrial, éramos um total de 45 pessoas. E agora somos 640, então crescemos muito fortemente.
Atualmente, somos o maior produtor de tecidos planos da Argentina em quantidade de metros. Agora, o que esperamos é verticalizar nossa produção nos próximos 2 anos. Isso quer dizer começar a comprar desde o algodão e a fazer nosso próprio fio, ao invés de comprar de terceiros.
Como é o perfil dos nossos funcionários hoje na Argentina?
A equipe, tanto em San Juan quanto em Buenos Aires, é jovem e nosso desafio é treiná-los e garantir uma próxima geração de chefes das diferentes áreas da Vicunha. É uma preocupação tanto do comitê gestor no Brasil de todas as unidades quanto, claro, de nós. Estamos muito empenhados no desenvolvimento de uma nova geração de líderes e me parece que estamos no bom caminho e que tudo correrá bem.
Para nós, foi um grande orgulho que Ariel, nosso Gerente Administrativo Financeiro, esteja agora trabalhando no Brasil como Gerente Geral Financeiro. É uma demonstração de que você pode crescer e construir uma organização mais internacional.
Qual a nossa posição no mercado argentino hoje?
A posição da Vicunha no mercado argentino é absolutamente de primeira classe. Concorre com outras duas grandes empresas, que têm mais tempo de história na Argentina, como a Santista e a Alpargatas. Mas a Vicunha está confortavelmente no patamar dessas empresas.
“A Vicunha Argentina não exporta, ou seja, todos os nossos clientes são argentinos. São cerca de 500 clientes operacionais, dos quais, 95% são confecções e temos alguns atacadistas”.
E qual a relação da unidade com a Vicunha Brasil?
Estamos sempre muito bem apoiados pelo know-how, Marketing e Desenvolvimento de Produtos do Brasil. A Vicunha Argentina tem a posição que tem porque sempre trouxemos produtos premium do Brasil. O apoio de toda a administração da Vicunha do Brasil, de todos os funcionários e, principalmente da diretoria, de pessoas como Ricardo Steinbruch, ou como Ana Maria Kuntz, na época, é um apoio absolutamente essencial para a Vicunha Argentina. Crescemos pela vontade da Vicunha do Brasil. É verdade que trabalhamos muito, mas eles confiaram muito no trabalho e investiram em tempos difíceis na Argentina.
Vocês estão trabalhando em alguma expansão ou melhoria no momento?
Estamos montando a segunda máquina de Denim em nossa fábrica em San Juan. Por exemplo, em Fortaleza, há sete máquinas de jeans, aqui estamos só montando a segunda. A instalação está sendo feita com pessoas do Brasil, porque a experiência é ótima e nos economiza muito tempo, dinheiro e energia. Esta segunda máquina de Denim nos permite ampliar o mix de produtos. Tínhamos uma coleção mais focada em Denim Colour, e agora vamos ter mais Denim do que Denim Colour. Isso nos permitirá ter um mix mais relacionado ao mercado argentino e também um mix que nos dê uma melhor rentabilidade.
“Todos os gestores desenvolvidos na Vicunha Argentina tiveram alguma experiência nas filiais brasileiras, tanto em Fortaleza quanto em Natal, bem como na filial equatoriana…”
Que impactos positivos a Vicunha conseguiu deixar na Argentina?
São muitos os impactos que o crescimento da Vicunha Argentina teve. Mas sem dúvida o mais significativo de todos é para a comunidade de San Juan, na província onde estamos. Devemos ser o quinto ou sexto maior empregador da província. Quero dizer, San Juan tem muito pouco desenvolvimento industrial, tem poucas grandes empresas, é uma província caracterizada por ter pequenas e médias empresas.
A força de San Juan são seus produtos relacionados à terra e à mineração, não à indústria. Então, um empregador como a Vicunha, com 580 funcionários, é muito significativo. Também somos uma empresa modelo para a província, tanto no tratamento de tributos como na formação de profissionais, gerando oportunidades de emprego para profissionais.
Temos um convênio com a Universidade de San Juan e com a secretaria do meio ambiente, para que os alunos de todas as questões ambientais venham à fábrica para fazer trabalhos práticos e aprender como funciona uma estação de tratamento de efluentes. Temos convênios com várias instituições, onde o papel da Vicunha é formativo.
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